Metodologia de Trabalho

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Da análise desportiva a construção do modelo de jogo
Com as informações “certas” é possível criar ambiente de treinamento adequado à complexidade das ações
“O conhecimento acerca da proficiência com que os jogadores e as equipas realizam as diferentes tarefas tem-se revelado fundamental para aferir a congruência da sua prestação em relação aos modelos de jogo e de treino preconizados”
Júlio Garganta 
Em um jogo de futebol, os acontecimentos são aleatórios e ocorrem em um ambiente altamente complexo.
Como esse esporte se tornou ao longo de sua história um fenômeno social altamente difundido e com um caráter altamente mercadológico, seu entendimento se tornou fundamental para o êxito na modalidade.
Nos últimos anos, o estudo do comportamento dos jogadores e das equipes dentro do jogo vem ganhando cada vez mais espaço.
Segundo Garganta (2001) o volume de estudos sobre o jogo a partir da observação do comportamento de equipes e jogadores aumentou consideravelmente nos últimos 30 anos e os mesmos vêm se aperfeiçoando ao longo do tempo. Os profissionais envolvidos com tal modalidade procuram analisar o jogo em busca de benefícios para incrementar seu entendimento sobre o jogo e, assim, desenvolverem a prestação esportiva de seus jogadores e equipes.
Para Hughes e Franks (1997) as informações advindas da análise dos comportamentos de jogadores e equipes são fundamentais no aprendizado e na performance esportiva por parte dos profissionais envolvidos com o futebol.
Os treinadores e investigadores estão buscando esclarecimentos acerca da performance dos jogadores e das equipes, com o intuito de identificarem padrões que elucidem o rendimento desportivo e de como os conteúdos dos modelos de jogo e treino induzem ou não a eficácia e a eficiência das equipes e dos jogadores de futebol.
Pois bem.
As definições dadas acima sobre a análise de jogo nos levam para outra esfera da observação e análise de jogo. Esses autores defendem a utilização de ferramentas de análise que nos tragam informações sobre comportamentos, padrões e modelos, e não apenas informações se “fulano” fez 40 passes com um aproveitamento de 70%.
Não é possível mais utilizar apenas tabelas com números destituídos de sentido e fragmentados do jogo para análise de uma equipe.
Para Garganta (2001) a tendência da análise desportiva é de configurar modelos de jogo a partir de análise de base de dados quantitativos e qualitativos que permitam definir táticas eficazes para a vitória.
Sendo o jogo um ambiente de elevada complexidade e aleatoriedade, faz-se necessário uma definição adequada de seus procedimentos e propósitos.
Com as informações “certas” é possível criar um ambiente de treino adequado a fim de adequar a complexidade das atividades aos níveis de conhecimento e desempenho dos atletas.
Vejam que a análise de jogo transcende os números e deve nos trazer informações sobre o jogo para que possamos potencializar nosso treino e trazer bases precisas sobre nossa equipe e os adversários.
Pensem sobre seus próprios modelos de observação e busquem entender o comportamento de suas equipes, coloquem-na no divã e façam as perguntas certas!

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